sexta-feira, 3 de junho de 2011

A lição do trabalhador braçal

Quer saber o que eu descobri? Na verdade ninguém sabe o que fazer com a gente.
O governo não nos aposenta; o que está no rol de atividades no geral não interessa para a direção que a gente faça (tirando a famosa biblioteca); o que eles queriam que a gente fizesse nós não podemos fazer (ficar na secretaria tapando buraco, tomar conta de aluno como inspetor, enfim ser um tipo de bombril na escola).
Isso na verdade nos coloca numa posição confortável. E os diretores sabem disso e se mordem por não poder nos explorar.
Então eles nos mantém na ignorância e na base do assédio moral pra tentar nos controlar.
Uma diretora da minha cidade disse assim na fila do banco: - Na minha escola tem uma readaptada que vou te contar, viu? Ela não faz nada - só quer fazer o rol de atividades...
Acontece que nós somos pagos agora pra fazer o rol. E mais nada fora daquilo.
Qualquer pessoa sem especialização alguma, trabalhador braçal, é mais politizado do que nós. Eles chegam e querem saber do salário primeiro - depois de horário e o que vão fazer. E não tente pedir nada que não seja o serviço deles porque eles não fazem.
Nós professores, ao contrário: fazemos um mundo de coisas que não estão na nossa atribuição - e nunca perguntamos do salário (só vamos saber no primeiro holerith).
Quer saber: quem está certo é o trabalhador braçal. Porque ele sabe que não vai ganhar a mais por fazer a mais; sabe que ninguém vai lhe dar valor só por isso; sabe que se ele se machucar fazendo algo que não é seu serviço não vai poder "encostar no INSS" (ou melhor: gozar o benefício).
Então ele não faz o que não é pago pra fazer e pronto. Tá na hora de nós aprendermos com eles.
Faça valer o seu rol de atividade. É DIREITO SEU!

6 comentários:

  1. Realmente é isso que vivemos e encaramos em nosso dia a dia como readaptado. Fora o que não sabemos e que é muito pior e frustante. Temos que reagir e fazer valer os nossos direitos e encararmos de frente o nosso problema. Aprendi a me defender mesmo embora quase me custou a própria vida.

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  2. Boa noite, o dpme esta me readaptando e eu não sei se tenho condições para tal, pois nunca tive problemas com os alunos e sim com os colegas adultos, tinham e tenho alucinações mesmo tomando um monte de medicamentos, tenho medo de agredir sériamente e até matar alguém.
    Me sinto perdido, mas tenho que me sujeitar, pois trabalhava no Estado, no Centro Paula Souza e no Sesi as duas últimas me chutaram assim que descobriram meu problema, acabei conseguindo aulas no Estado, passei na provinha e em seguida me afastei, pois agredi um colega de profissão (muito intrometido).
    Desculpe o desabafo, sou muito solitário.
    Gostaria de saber como irei compor meu salário após readaptado? Grato, aguardo.

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  3. Sou professor OFA e estou sendo readaptado, gostaria de saber qual será meu salário, por favor me ajude.
    Grato, aguardo.

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  4. Juliano: no momento da readaptação você pode escolher entre ficar com sua jornada na hora em que foi reapdatado - ou ficar com uma jornada média dos últimos anos.
    Se você optar pela jornada que tinha na hora da readaptação seu salário não cai. Só que você passa a cumprir hora-relógio (60 minutos) ao invés de hora-aula.

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  5. Juliano: a direção precisa coloca-lo num serviço compatível com seu problema. Se o seu problema é o relacionamento com colegas obviamente a diretora não vai poder coloca-lo em serviços junto aos colegas.
    Se fizer isso é assédio moral. Pesquise isso no google.
    Se você achar que está insuportável tire licença. É melhor que você receber um processo por agressão. Espero ter ajudado.

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  6. Obrigado por sua ajuda, estou todo esse tempo de licença saúde, estive até internado, mas me sinto perdido. A própria diretora enviou para a SEE pedido de aposentadoria em meu nome, mas até agora nada.
    Gostaria de saber se posso pedir para renovar o pedido de readaptação antes do termino de dois anos enquanto aguardo o parecer sobre aposentadoria por invalidez. Grato, aguardo.

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